domingo, 14 de junho de 2009

Gosto...

Gosto de estar aqui...sentada e aninhada no teu colo...como uma criança assustada depois um sonho mau...fico a imaginar as cores, os sabores de cada pedaço do teu corpo...cada milímetro tem uma história...estórias vividas, fantasiadas, criadas...cada uma delas é um retalho imperfeito de perfeição...um verdadeiro manto colorido de sabores...onde tudo se funde na imensidão desse teu mar de sonhos...

Gosto de ficar aqui...sentir a tua respiração e deixar-me povoar mais uma vez pela imaginação...e descobrir aquele lugar mágico...onde verdadeiramente te encontro...e é aí que sei que vim para ficar...tão simplesmente porque gosto...

Gosto de ler aqui...as linhas que te contornam, os mapas que te preenchem e me guiam...os poemas perdidos no livro do teu rosto...as páginas em branco reescritas vezes sem conta...as legendas que saiem dos teus olhos...as mensagens que se dissipam em pequenos fragmentos de letras...onde tudo é ilegível aos olhos de quem não te conhece...

Gosto de escrever aqui...porque é tão simples gostar de ti...

sábado, 13 de junho de 2009

Silêncio...

O silêncio é a saudade da alma…aquele silêncio aterrador que incomoda de tão barulhento que é…enquanto a alma grita em surdina…o silêncio apodera-se do ruído…juntos criam uma sinfonia inaudível…dançam descompassadamente entre uma nota e outra…o ruído quer ser silenciado…e o silêncio quer que o deixem falar…então, enquanto o silêncio canta e o ruído escuta…as saudades enchem-se de alma…e silenciam-se no mais recôndito e e escondido lugar…aquele onde ninguém procura…não por não saber…apenas porque não quer dar voz….ao silêncio das saudades da alma….

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sensações estranhas...


Realmente nem sempre as letras se alinham da maneira mais simples...apetece dizer tudo e não dizer nada... à espera que elas miraculosamente se transformem naquilo que tanto queremos dizer... como é tão mais simples o silêncio ou um simples sorriso...e afinal podemos tudo e não devemos nada...

A atracçâo nasce dos opostos...opostos nos sentidos, mas juntos no mesmo caminho...rumamos sempre com a mesma vontade, mesmo quando perdemos o norte...mas com imensa vontade de não sairmos do mesmo lugar...será segurança? ou insegurança?...apenas só não sabemos o que fazer com tudo isto que nos está a acontecer...

A incoerência(é a "mãe" da liberdade, porque só assim nos permitem ser loucos!)...que nos invade a pouco e pouco, até se apoderar de nós...estranhamente entranha-se como se só precisassemos dela pra VIVER!!! se assim é...quero ser incoerente para sempre, se isso significar SENTIR-ME VIVA!!!

Na calma e na confusão das nossas palavras...encontro todos os dias mais um bocadinho de ti...para me perder, para me encontrar...nesta tempestade diária de emoções, sensações...encontro um porto de abrigo...tão seguro como uma rocha e ao mesmo tempo tão volátil como o vento...

Paixão?...se não é sentir saudades de uma pessoa que nunca vi, nunca toquei ou simplemente senti, contar os milésimos de segundo através do pior dos nossos inimigos, que é o tempo...querer ficar ali para sempre...parar o momento e o tempo...contar puras banalidades, como hoje fui ao supermercado e não havia uvas...falar de tudo e de nada...esvaziar a cabeça e apenas preenche-la com aquele momento...para que seja ainda mais intenso, do que já é...ter desejos constantes e estar constantemente sedenta das tuas palavras...então não sei que te responda...

Fazes-me falta...fazes-me bem...fazes-me feliz...

Não sei de que exercício de disciplina falas...mas neste momento sinto-me demasiadamente indiscilpinada para qualquer um que seja...não tenho vontade de me disciplinar...

Gosto de gostar de ti...gosto das sensações sensacionalmente estranhas que me provocas e evocas...gosto de pensar em ti...enfim gosto demasiado de ti para tentar encontrar onde me perdi...

Simplesmente adoro-te...

Escrevo...

Escrevo porque sim, escrevo porque quero, escrevo porque assim é a única maneira de me ouvires...de me escutares...talvez até de me compreenderes...eu sei que enquanto me ouves...outras coisas te absorvem...como a música que te envolve...os segredos que te corrompem...as sensações que te escapam...o amor que te mantêm aí...nesse canto tão só teu...onde ninguém pode penetrar, a não ser através dos teus olhos...eles que emanam paz, tranquilidade...como o pôr do sol numa tarde quente de Verão...aquela eterna cumplicidade da despedida...onde os olhos trocam palavras de saudade...a boca ouve o desejo do beijo intemporal...os ouvidos vêm o carinho dos olhos e da boca...e perdem-se na melodia de qualquer música esquecida no tempo...e quando os nossos corpos se despem e despedem do amor para dar lugar à paixão quase insurdecedora...é aí que volto a escrever...porque sim, porque quero...acabar com a escrita que há em mim...

Pó...

Estou sentada à tua porta...nas escadas da tua alma...noto que precisam de ser limpas...a poeira que lhes acenta, denota que há muito ninguém passa por aqui...estou no último degrau...aquele que mais pó tem...vou ficar aqui sentada até que as venhas limpar...talvez quando chegares também já tenha pó...ou talvez esteja eu própria transformada em pó...mas sei que a espera não será inglória...porque enquanto aqui estou...fui aprendendo mais um pouco sobre ti...percorri todo o teu corpo...com tanta precisão que me perdi nesse labirinto de emaranhado de becos sem saída...coisas sem sentido...estou perdida...mas feliz por estar aqui...aqui encontrei o meu porto de abrigo, onde posso atracar por tempo indeterminado...porque como não sabes que estou aqui...a minha estada não te incomoda...e quando limpares o pó, talvez nunca saibas que aqui estive...mas eu sei que valeu a pena...porque é o pó que me mantêm aqui....

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Quando...

Quando penso em ir, digo que quero ficar...
Quando penso em ti, digo que tenho de partir...
Quando penso em nós, digo vai e não voltes...
Quando penso em nada, digo que quero tudo...
Quando penso em falar, digo que tenho de me calar...
Quando penso em ouvir, digo que estou surda...
Quando penso em mim, digo que me quero esquecer...

Assim vou deixar de pensar e de dizer...para apenas me deixar levar pela loucura de te ADORAR!!!

Preciso...

Escrevo porque preciso de lavar a alma...

Debito palavras sem sentido...porque neste momento sinto-me como a 5ª avenida em NY na hora de ponta...tal não é o trânsito de pensamentos, engarrafamentos de sentimentos...a poluição de coisas sem sentido...a parafernália de sons e ecos constantes de "gritos" que preciso de dar e não tenho tempo...vivo a correr sem olhar para trás...com vontade de parar no trânsito das palavras e simplesmente ficar vazia...oca de tudo e de todos...renascer nos pensamentos de criança onde as preocupações são constantes e apenas efémeras...tal como o rodopiar de um pião...que só pára quando lhe falta energia...
Palavras sem sentido...diálogos sem contexto...conversas sem tema...gargalhadas sem som...lágrimas sem sal...poder reaprender a falar, a sentir, a estar, a ouvir...mas principalmente reaprender a descobrir o verdadeiro sentido da palavra VIVER!
Palavras...palavras...tanta união de letras sem qualquer significado...agora que uni todas estas letras...descobri que preciso de reaprender a ler...para poder compreender o que escrevo e o que me vai na alma...

Magia do amor...

Dou por mim a pensar de que vale a vida sem a magia do amor?

...aquele amor que nos deixa inebriados e embriagados daquela loucura sem explicação, sem condenação, só porque somos felizes assim... amar, amar...sem porquês, como , quando, onde...simplesmente amar, o significado da palavra amar é : Adorar Mesmo Até Ridicularizar, quando digo ridicularizar não é no sentido depressiativo da palavra, até porque ridículos são aqueles nunca amaram, mas sim no sentido de fazermos e dizermos todas aquelas coisas que nos disseram que são ridículas, (impróprias para a nossa idade, como se houvesse idade para amar...) como dançar na rua, rir sem motivo, andar descalço nas poças de água, sorrir para quem passa mesmo sem conhecermos, dançarmos sempre como se ninguem tivesse a ver, sem tabus...sem vergonhas...dizer gosto de ti ou amo-te sem estar à espera de uma palavra...e apenas sentir aquele abraço ou sorriso que tem tanto ou mais significado que qualquer conjunto de letrinhas...aquelas coisas que as crianças fazem tão bem sem medo de recriminações...a expontaniedade das emoções, das sensações, dos sentimentos...aquele amor em estado puro e bruto tal como um diamante, que podemos ir lapidando diáriamente...sem pressas, sem reservas, saboreando cada momento como se fosse o último e o único... porque amar é isto tudo e não é nada, porque quem ama não sabe explicar...apenas sente!!!

O Diário da Nossa Paixão...

Sentimentos que surgiram a pouco e pouco com densidade e intensidade entre encontros e desencontros...

Um porto de abrigo...uma clareira aberta aos sentimentos que flutuam e sobrevoam este meu pequeno espaço...significados e exposições de emoções de todas as cores e sabores...

Fantasias deliberadas ou retomadas entre um beijo e uma simples troca de olhares...rodopios de bailarinos entre corpos nús de paixão...

A velocidade do riso, a energia que se emerge entre duas palavras trocadas entre si num silêncio tão reconfortante como o dos teus lábios...

A balada que embala o pensamento e a mente e que se transforma numa verdadeira e afinada sinfonia, sobre a parafernália dos barulhos da cidade...

O vento que dança sobre os longos compassos de espera entre um beijo eterno e uma carícia pelo rosto...

O corpo que fica entorpecido e dormente, com sensações outrora esquecidas entre o céu e as nuvens...

As cores que desaparecem por detrás de um sorriso...os olhos que se perdem num canto qualquer para não acordar...

A eterna incerteza que se confunde com o que se está a sentir e aquilo que imaginávamos ser... e é tão diferente...

Dois compassos que rodopiam como um pião, a uma velocidade quase inconstante, fazem lembrar o espaço e o tempo que nos separa...

Relembrar promessas jamais feitas ou proferidas, num mundo onde ninguém sabe o que é o amor, e...também ninguém quer saber...

Cumplicidades adquiridas entre conversas banais...estados de espiríto...gargalhadas contagiantes...

Saudades mantidas naquela caixinha...como se fossem proíbidas ou o mais secreto dos segredos...

Mãos tocadas e trocadas com marcas do teu corpo, onde as "feridas" não saram, com medo de serem esquecidas...

Pensamentos vãos, elaborados, imaginados, na cumplicidade de um simples gesto de carinho...como dar as mãos...

Aquele eterno cheiro tão característico, como o da chuva nos dias de Inverno, que sabe sempre a pouco quando não estamos em casa...

A seriedade do sorriso, a infantilidade entre as mãos que te tornam tão especial...como aquele livro que nunca acabamos de ler para não sabermos o fim...